In memory ou processamento em memória parece ser a bola da vez. A gigante alemã SAP usou boa parte de suas palestras no SAPPHIRE 2010 discutindo o assunto e todos os outros grandes players do mercado investem no assunto.
No Brasil, o assunto também é discutido e, mais importante, já é realidade: de acordo com a Computer World de julho, a Coca-Cola do Brasil já está usando in memory na sua área financeira. Você pode ver a reportagem completa aqui.
Mas de fato, o que é in memory? Eu vi uma definição muito boa de Ingo Brenckmann no último SAPPHIRE, que pode ser vista aqui. Claro que tem um pouco de propaganda, mas os conceitos estão, em sua maior parte, presentes.
Em poucas palavras: processamento em memória é um conjunto de técnicas, tecnologias e ferramentas que permitem o armazenamento de um grande volume de dados em memória, tornando possível a análise desses dados em tempo real, acompanhando o raciocínio humano, sem ruptura no processo de análise.
Apesar de querer me ater aos benefícios criados para o usuário final e as potencialidades de utilização, não posso deixar de ressaltar os principais impulsionadores dessa tendência:
- a evolução do poder computacional;
- o barateamento dos custos de aquisição de memória;
- a necessidade constante de respostas imediatas para problemas imediatos;
- a crescente complexidade dos cenários analisados, que fazem da análise de cenários e simulações uma ferramenta básica.
Agora que sabemos o que é e o que levou ao processamento em memória, fica a pergunta mais importante: o que podemos fazer com isso?
Na verdade a potencialidade completa ainda não foi explorada, mas existem alguns exemplos que já são realidade em muitas ferramentas de mercado:
- Análise de crédito: imagine que um cliente entra em contato por telefone solicitando a aprovação de um crédito adicional de 10% para compra de mercadoria. Utilizando processamento em memória, o atendente poderia obter informações sobre histórico de pagamento, probabilidade de inadimplência baseada em características do cliente, impacto no orçamento mensal e anual da empresa no caso de se conceder ou não o crédito, além dos impactos no objetivo pessoal e departamental em dois cenários: o cliente ser um bom pagador ou não. O mais impressionante: a resposta é imediata e baseada nas informações do último segundo de transações no ERP, o cliente recebe ou não a liberação do crédito na mesma hora.
- Simulação de cenários de planejamento: com a escassez de recursos que toma conta de várias empresas e departamentos, é muito comum receber solicitações do tipo: por favor, reduza sua previsão de gastos para o próximo ano em 10%. O fato é que mais e mais as empresas amarram seus planejamentos com eventos: sejam eles projetos, eventos de marketing, campanhas etc. Nessa nova realidade, reduzir 10% no orçamento geralmente não é um exercício simples. Com o processamento em memória seria possível criar diversos cenários "on the flight" sem o envolvimento direto de TI levando-se em consideração: cancelar o evento A ou B e seus respectivos impactos, não apenas no novo objetivo orçamentário, mas também na lucratividade da empresa e em todos os demais componentes (gastos, despesas operacionais, vendas, crescimento orgânico etc). E com isso, fornecer informações em tempo real, para defender um BOM orçamento ou ajustá-lo de forma a adequar o planejamento a realidade.
Grande abraço,
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